“Nesta última segunda-feira do ano de 2020, saúdo Exu.
Ele transitou comigo por todas as encruzilhadas pelas quais passei.
Ao meu lado, foi amigo e conselheiro.
À minha frente, escudo.
Às minhas costas, guarda.
Ouviu o que meus ouvidos não conseguiram ouvir
Respondeu o que minha boca não poderia responder.
Com força hercúlea, quando eu mereci, livrou-me dos olhos que abrigam os pássaros da noite
Livrou-me do veneno das línguas
Do julgamento de quem carrega tantos erros quanto eu.
Acordou-me de pesadelos
Guiou-me pelo caminho do trabalho e da conquista.
[Não me pediu marafo
Não me pediu vela
Não exigiu fumo
Para também ser amigo de meus amigos.]
Transformou o erro em acerto.
O acerto em erro
Abateu com uma pedra
O desatino de um destino que não me pertencia.
Foi minha companhia nos momentos de solidão [eu nunca chorei sozinha!]
Rápido e certeiro,
Chamou por Oxóssi quando me faltou o alimento
Mostrou a Xangô quando fui injustamente julgada
Chamou por Oyá quando meu viu beirando o abismo
Avisou a Oxum que meu coração transformava-se em pedra
Pediu a Yemanjá que lavasse minha alma
E equilibrasse meu Ori.
E a Ogum o auxílio para todas as guerras enfrentadas.
Rogou a Ossãe ervas que me curassem…
[Pegou-me pela mão e me conduziu até Orumilá e a palavra de Orumilá nunca vai ao chão!]
Quando batem na minha cara, quem dá a outra face é Exu!
Saúdo a Energia Ígnea que transita em todos os espaços!
Água na rua
Para esfriar os caminhos a serem percorridos.
Passos firmes
Cabeça erguida,
Sigo. Segui. Seguirei!

Quando tropeço, uma gargalhada ecoa no ar:
É Exu que vem chegando
Fazendo questão de mostrar
Que o mundo dá muitas voltas
Para Tempo governar.”

Laroyê! Mojubá, Exu!

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