União de Cultura de Matriz Africana- UNIAFRO. UCMA.
A UNIAFRO/SC, criada em 20 de novembro de 1998, é uma entidade civil, sem fins lucrativos, apartidária, de caráter de estudo e pesquisa social, educacional e cultural que terá em suas finalidades.
Biografia do líder religioso Alex Teódulo Silva e a construção de sua Comunidade Terreiro Abassá de Odé.
O candomblé é uma religião de origem africana que no Brasil passou por um processo de reterritorialização, reelaborando e organizando sua cosmologia num mesmo espaço, o terreiro preservando a matriz fundadora. No Maciço Central do Morro da Cruz, região central de Florianópolis, uma Comunidade Terreiro de Candomblé de Angola, de matriz banto construiu sua história tendo como líder religioso Alex Teódulo Silva(1949 – 2010), o Pai Leco.
Pai Leco escolheu se iniciar primeiro no omolocô e posteriormente no candomblé, como ele mesmo disse, com receio de perder seus médiuns, talvez pelo fato apontado por Prandi (1991) de que até os anos 70 a umbanda era a religião mais importante nos centros urbanos do Sudeste. O candomblé era ainda visto como a origem longínqua da umbanda.
Mas se até os anos 70 a umbanda branca era valorizada perante o candomblé segundo Capone (2004), a partir dessa década o candomblé passa a ter outro estatuto. Vários fatores se inscrevem nesse processo de valorização da cultura africana e ser iniciado no candomblé, segundo a autora, se transforma em fonte de prestígio. Nesse sentido, a passagem da umbanda ao candomblé é um fenômeno que determinou uma reorganização do campo religioso afro-brasileiro.
Iniciar-se no candomblé significa um retorno às origens, uma maneira de tornar-se africano.
Se a África sobreviveu a umbanda embranquecida através das práticas cotidianas de outros centros de umbanda, no processo de adaptação dos que vieram da umbanda para o candomblé, também guardaram vínculos com o contexto religioso de origem. É onde se inscreve a trajetória de Pai Leco. No omolocô e candomblé angola, há espaço para a possessão por catiço herança dos povos bantos.
E ele bem novo, tinha um monte de senhoras de 55, 60 anos eram tudo médium dele na umbanda. Tinham um respeito pelos guias dele, a mãe dele, a mãe dela (ex-namorada), tinha Dona Maria…e assim muito tempo já não lembro mais o nome delas.
Ele era o pai-de-santo do terreiro, ele dirigia o terreiro. O leco com seu Urubatã curou criança no Rio de Janeiro, era fila e mais fila na umbanda. Depois de ser iniciado no omolokô, Pai Leco foi transferido para Florianópolis e sua mãe dona Lídia pediu para ele ficar zelando por seus médiuns e assim começou a bater omolocô, trazendo para o terreiro também se afastaram e separaram outros centros de umbanda por não se adaptarem ao novo ritual.
O pai Leco ensinou as principais características do omolokô.
Atuante como ativista nas causas que promoveram e propiciaram o combate às intolerâncias religiosas e sociais. Tinha forte atuação na luta pelo reconhecimento das religiões de matriz africana, era Babalorixá e se empenhava junto à UNIAFRO (União de Culturas Matriz Africana em Santa Catarina).
Com a partida precocemente do pai Leco. Seu sucessor foi Pai Antônio Carlos Carvalho Machado, que continua o ritual de candomblé de Angola.
Hoje tem seu barracão. Abassá de Odé.
Que quase todos os filhos de pai Leco estão seguindo seu ritual para terminar suas feituras.
E pelo amor à religião.
Assim o Abassá de Odé continua com a folha de pai Leco a (Descendente)
Nkisi regente Gongobira..
Abassá de Odé
Candomblé de Angola.
Ndanji. Tumba junsara. (Descendente)
Nkisi regente: Gongobira.
Dirigente: António Carlos Carvalho Machado.
Táta de Nkinssi Odé Omí.
Rua Angélica Martins da Rosa, 400 Fazenda do Max, São José.
(48) 99663-0572
Quantidade de filhos:40
Fundação: 22/10/2008
Representando muito bem o legado que pai Leco (Arolegi) deixou.
Agnes Koch
Ilka Boaventura
(Maior parte do texto tirado do TCC da Pesquisadora – Marliesi Vicencizi